Designer alemão inventa papel higiénico para multimilionários

   "No capítulo «Grandes Invenções de Que o Mundo Estava Mesmo a Precisar», temos uma bela história. Vocês sabem que eu acompanho com muita atenção tudo quanto é inovação ao nível do papel higiénico. Quando surgiu o primeiro papel higiénico de folha preta, eu estava lá. Quando surgiu o primeiro papel humedecido refrescante com aromas florais, eu estava lá. Tenho uma relação com o papel higiénico parecida com a que algumas pessoas têm quando sai um novo iPhone ou uma nova Playstation, em que vão fazer filas para a porta de lojas, à noite. Eu faço isso sempre que se dá uma inovação ao nível do papel higiénico. Vou para a fila e espero o tempo que for preciso. Que, geralmente, é nenhum, uma vez que sou a única pessoa nessa fila.
 
   A verdade, porém, é que nunca é demais sublinhar a importância que um bom papel higiénico tem nas nossas vidas. Eu arriscaria dizer que nada tem tanta importância. É uma boa higiene proporcionada por um bom papel que vai ditar o nosso humor durante o resto do dia.
  
   Vem isto a propósito da tremenda inovação criada na Alemanha pelo designer alemão Fritz Loibl. Papel higiénico decorado com motivos desenhados a ouro de 24 quilates. Eu nem sei se é saudável uma pessoa limpar o rabo a ouro, mas, se provocar hemorroidas, serão certamente as mais valiosas do mundo.
 
   Já agora, para os interessados, e eu aposto que deve haver imensos, o preço de cada um destes rolos ronda os 200 euros. 200 euros o rolo.
 
   Mas, se uma pessoa for a mais rica do mundo, admito que parte do gozo dessa experiência é capaz de implicar limpar o rabo a papel com ouro. Só porque se pode. E depois? Atira-se o ouro pela sanita abaixo e puxa-se o autoclismo? Aquilo não entope? Se entupir, é o entupimento mais chique da História. Uma pessoa nem chama um canalizador para lhe resolver o assunto. Chama um maître canalizateur, que é a versão gourmet da canalização. Chafurdam em sanitas com luvas de seda e usam desentupidores debruados a diamantes."
 
Nuno Markl, in "O novo, incrível, definitivo, arrebatador, estrondoso, monumental e titânico livro d' O homem que mordeu o cão"
 
 
 
 
 


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