Poema da Semana

Na margem de um rio

São assim os amigos, frágeis, como dunas.
Altas labaredas os consomem
e dizem nomes, recados de amor.

Nada os habita quando damos as mãos,
os rostos recortados no frio azul
para reparar o que nos une e o que nos afasta.

São assim os amigos, vêm
com uma ferida móvel entre os dedos
junto de mim. Perdidos eu os encontro,
aos amigos,ao que por ser frágil perdura
como uma claridade, um nome branco.

Francisco José Viegas, in "Metade da Vida"

Comentários