Ilustre Desconhecido: Carlos Ruiz Zafón








Carlos Ruiz Zafón (Barcelona, 25 de Setembro de 1964) é, actualmente, um dos autores espanhóis mais lidos e reconhecidos internacionalmente.





Depois de trabalhar durante algum tempo como publicitário, abandona a agência onde trabalhava com o objectivo de se tornar escritor. No Verão de 1992, ano em que os Jogos Olímpicos transformam a face da sua Barcelona natal, publica a sua primeira obra. O romance juvenil El Principe de la Niebla, situado numa pequena aldeia costeira durante a Segunda Guerra Mundial, foi distinguido com o Prémio Edebé no ano seguinte. Em 1994 e 1995 surgem, respectivamente, El Palacio de la Medianoche e Las Luces de Septiembre, obras também dirigidas ao público mais jovem, e cujas acções decorrem, igualmente, fora de Espanha: o primeiro na Calcutá dos anos 30, o segundo na França da mesma época. Os três romances de mistério e aventura estão reunidos na Trilogía de la Niebla.

Desde sempre fascinado pelo mundo da sétima arte, é, curiosamente, no período em que sai de Barcelona e se muda para Los Angeles para tentar uma aproximação ao mundo do cinema que Zafón utiliza pela primeira vez a capital catalã como pano de fundo para um dos seus livros. Barcelona é o cenário onde decorre a acção de Marina, "obra híbrida" nas palavras do autor, entre a literatura juvenil e de adultos, editado em 1999.

Estava aberto o caminho para A Sombra do Vento (2001), um misto de intriga, romance histórico e comédia de costumes, fortemente marcado pelos ambientes da Barcelona gótica do pós-guerra, a "cidade feiticeira" de cenários tenebrosos e secretos. Certa manhã, Daniel Sempere, um rapaz de 11 anos, é levado pelo seu pai a um sítio misterioso, o Cemitério dos Livros Esquecidos, uma biblioteca labiríntica onde se conservam livros abandonados, à espera de que alguém os descubra. Ali, Daniel toma contacto com um livro e um autor que o fascinam e a busca que então leva a cabo para desvendar os segredos que se escondem por detrás de A Sombra do Vento de Julián Carax, muda irremediavelmente a sua vida.

Em O Jogo do Anjo (2008), Zafón leva-nos de volta à cidade do Cemitério dos Livros Esquecidos, para mais uma história recheada de segredos e mistérios, em que o fascínio pelos livros é o fio condutor. Um jovem escritor recebe de um misterioso editor uma proposta para escrever um livro que nunca existiu, a troco de uma fortuna. E não só...

As obras "barcelonesas" de Zafón e todo o seu imaginário têm despertado um grande interesse pela Cidade dos Condes (comparável, talvez, ao que aconteceu com Paris depois de O Código Da Vinci), dando origem a vários roteiros literários pelos locais mais emblemáticos dos três romances. O Guia da Barcelona de Carlos Ruiz Zafón, de Sergi Dori, proporciona-nos, através do olhar do escritor, uma visita pela cidade e pelos cenários de Marina, A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo.

Um mundo fantástico a descobrir na sua Biblioteca.

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