Na primeira segunda-feira deste mês de Janeiro fui fazer a pré-inscrição dos meus netos no colégio escolhido pelos pais, para o próximo ano lectivo em que, possivelmente, regressarão à Pátria. Ignorante destas andanças actuais, pensava eu que, chegando às nove da manhã à secretaria tudo se resolveria em três tempos. Acontece que, às nove da manhã - segundo a senha que me foi atribuída - tinha apenas duzentas e trinta e sete pessoas à minha frente... Pessoas que enchiam os pátios, que enchiam a rua, que berravam ao telemóvel «É sempre a mesma coisa, este ano cheguei aqui às sete, e já havia gente à minha frente!» Há apenas duas funcionárias a despachar o pessoal, ambas naquele ritmo calejado de quem tem todo o tempo do mundo pela frente e, se os outros não tiverem, que se lixem. Algumas horas depois (e porque muitos pais desistiram de esperar e foram à vida) lá me vejo diante da funcionária, a quem explico toda a história (as crianças vivem muito longe, nunca andaram em escolas por...