Ilustre Desconhecido: Boris Vian





Boris Vian (1920-1959)






A melhor versão do nascimento do Escritor é registada pelo seu própio punho:

"Nasci por acaso a 10 de Março de 1920, à porta de uma maternidade fechada por uma greve com ocupação. Grávida das obras de Paul Claudel (desde aí que não o gramo), a minha mãe que já ia no 13º mês não podia esperar mais pela Concordata.[...] Em força e juízo cresci, mas sempre feio apesar de enfeitado com um sistema piloso descontínuo, embora muito farto.[...] De repente, porém, a minha fisionomia transformou-se e comecei a parecer-me com o Boris Vian. Daí o meu nome."

Boris Vian nasce numa cidade nos arredores de Paris em 1920. Confinado a ficar em casa devido a uma saúde débil, o rapaz aprende a ler e a escrever muito cedo. Aos 12 anos trava a primeira batalha com os problemas cardíacos, mas assim que consegue estudar fora de casa torna-se um aluno brilhante - aos 15 anos já tinha o Bacharelato.

A literatura sempre tinha sido uma das suas paixões, mas aos 16 anos descobre o jazz. Não perde tempo e no ano seguinte já toca trompete.

Apaixonado pelo Jazz e pela cultura Norte-Americana (apesar de nunca ter colocado um pé no continente), Boris Vian apresenta-se, em 1946, como tradutor das obras policiais do pretenso escritor Norte-Americano Vernon Sullivan (que não passava de um dos seus vários pseudónimos), obtendo um extraordinário sucesso. Estes seus provocatórios "romances negros", nos quais se inclui o titulo "Irei cuspir-vos nos túmulos", surgem carregados de violência, erotismo e humor sardónico, num estilo pleno de trocadilhos, jogos de palavras e inovações linguistícas, que pronuncia os movimentos de contracultura dos anos sessenta. Desencadeou uma sucessão de escândalos, da descoberta da verdadeira identidade do autor à proibição do livro em França, passando por um processo, em tribunal, por ultraje aos bons costumes.

Enquanto isso, as suas obras mais pessoais, assinadas com o seu próprio nome, eram relegadas para segundo plano , por serem demasiado estranhas para a época , aliás como o próprio Vian o foi.

Boris Vian morre a 23 de Junho de 1959, de ataque cardíaco, quando assiste a uma projecção privada do filme "Irei cuspir-vos nos túmulos", adaptação cinematográfica do seu romance.

Bruscamente falecido com a idade de 39 anos, Boris Vian teve tempo para ser, em simultâneo, engenheiro, inventor, músico e crítico de Jazz, poeta, romancista, autor dramático, tradutor, cronista, intérprete das suas próprias canções e actor.

Entre as suas obras mais conhecidas podem referir-se os romances "A Espuma dos Dias" e "O Outono em Pequim", ambos publicados em 1947 e "O Arranca corações", publicado em 1953.

Livros disponíveis na Biblioteca:

- A Espuma dos Dias

- O outono em Pequim

- O Arranca Corações

- As Formigas

- A mais baixa das Profissões

- Irei Cuspir-vos nos Túmulos

- Canções e Poemas

- Boris Vian por Boris Vian

Comentários

Ana, la Gloire disse…
Um convite a um espectáculo que pretende reunir o que há de mais autêntico no Boris Vian.

http://paginas.fe.up.pt/~engenhar/