O MADEIRO DO NATAL

Pode-se falar do madeiro, ou do toro ou do cepo do Natal, que é tudo a mesma coisa!
Em muitas aldeias do norte de Portugal, uma boa parte da noite da Consoada se passa à volta de um tronco grosso de pinheiro ou castanheiro, de sobreiro ou azinheira ardendo em brasa.
Há aldeias onde o tronco começa a arder na véspera do dia de Natal e só acaba de arder no Dia de Reis!
É Inverno e o calorzinho bom do fogo aquece as pessoas e dá-lhes uma alegria especial: as conversas e as risadas fazem com que todos se sintam mais irmãos, mais amigos uns dos outros. E essa é a intenção desta festa tradicional.
É realmente uma verdadeira festa. Os rapazes e as raparigas enfeitam os carros de bois, ou (mais recentemente) os tractores com grandes fitas de muitas cores, e lá vão à procura dos troncos mais prósperos para a fogueira. No meio da maior algazarra, transportam os troncos até ao adro da Igreja e pegam-lhes fogo. Quando as pessoas saem da Missa do Galo, reúnem-se à volta desta grande lareira ao ar livre, e é um nunca mais acabar de histórias e cantigas, pela noite fora. 
Todos os anos se acendem os madeiros e se acende a alegria do tempo do Natal.

Maria Alberta Menéres in "O Livro do Natal"

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