Poema da Semana
Para Mia Couto
Elefantemos portanto.
Deixemos esta tão precária pele
aprender outros saberes.
Deixemos
portantomente
o olhar do paquiderme
ensinar ao passarinho
as paisagens do deslumbre
das escritas mais antigas.
Permitamos que o vento sopre.
E que a pedra exista.
E que o sol dispare a sua fúria
em todas as direcções.
E que a lua se entretenha
no seu jogo de brilhar.
Elefantemos portanto.
Ou,
melhor dizendo,
permitamos que um silêncio muito antigo
venha
conduzir-nos a palavra
pelas veredas impalpáveis
do mistério.
José Fanha, in "Elogio dos peixes, das Pedras e dos Simples"
Elefantemos portanto.
Deixemos esta tão precária pele
aprender outros saberes.
Deixemos
portantomente
o olhar do paquiderme
ensinar ao passarinho
as paisagens do deslumbre
das escritas mais antigas.
Permitamos que o vento sopre.
E que a pedra exista.
E que o sol dispare a sua fúria
em todas as direcções.
E que a lua se entretenha
no seu jogo de brilhar.
Elefantemos portanto.
Ou,
melhor dizendo,
permitamos que um silêncio muito antigo
venha
conduzir-nos a palavra
pelas veredas impalpáveis
do mistério.
José Fanha, in "Elogio dos peixes, das Pedras e dos Simples"
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