Poema da Semana

LUÍS O POETA SALVA A NADO O POEMA

Nada que nada
sempre a nadar
na mão o livro
braço no ar.
Nada que nada
sempre a nadar
livro perdido
no meio do mar.
Eu ou o livro
qual queres, mar?
Livro ou homem
ou é o par?
Leva-me a vida
podes matar
depois de tudo
não vou mudar.
Sou português
de Portugal
acaba a vida
e sigo igual.
Sou dos meus
de Portugal
aqui sou ilha
no meio do mar.
Ó ilha viva
sempre a boiar,
livro perdido
no meio do mar.
Pronto o meu livro
faltava dar
ainda a vida
para o salvar.
Saudade tenho
de Portugal
saudade é vida
sem a tocar.
É fado nosso
é nacional
não há portugueses
há Portugal.


Almada Negreiros, in "Poemas"

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