Livro da Semana

 
 
 
Verão Quente
 
de
 
Domingos Amaral
 
 
 
     "Em 1975, mo auge do Verão Quente, com Portugal à beira de uma guerra cívil, Julieta é encontrada inanimada e cega, depois de cair pela escada, na sua casa de família na Arrábida. E, num dos quartos do primeiro andar, são descobertos, já mortos, o seu marido, Miguel, e a sua irmã, Madalena. Seminus e ambos atingidos com duas balas junto ao coração, as suas mortes levam o tribunal a condenar Julieta pelo duplo homicídio.
     Vinte e oito anos depois, em 2003, a cegueira traumática de Julieta desaparece e ela volta a ver. Começa também a recordar-se de muitos pormenores daquela tarde trágica em que aconteceu o crime, e em conjunto com Redonda, a sua bonita filha, e o narrador da história, vão tentar reconstituir e desvendar o terrível segredo da Arrábida, que destruiu aquela família para sempre.
     Quem matou Miguel e Madalena e porquê? Será que eles eram mesmo amantes, como a polícia suspeitou? Será que Julieta descobriu a traição infiel do marido e da irmã? Ou será que Álvaro, ex-marido de Madalena e um dos "capitães de abril", o mandante daquele crime?
 
     Para compreender o crime acontecido na mansão de "Dom Rodrigo", é nacessário reexaminar as paixões que dividem o país num momento raro, de libertação mas também de perigo, e que condicionam a narrativa dos homicídios. Aquele não é só um crime, mas também uma matáfora sobre a irracionalidade que assola Portugal em 1975.
     É verdade que a história do crime da Arrábida é perturbadora. O que acontece no quarto? Miguel e Madalena são mesmo amantes secretos? Julieta disparou a arma que traz na mão quando é encontrada inanimada no chão? A polícia fez um bom trabalho ou enche-se de preconceitos e decide depressa  demais quem é o assassino? O tribunal de Setúbal é justo na violenta condenação que profere ou deixa-se levar pelo clamor da cidade contra os supostos "fachos", como chamam à família de Julieta?"



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