Poema da Semana

Liberdade querida e suspirada

Liberdade querida e suspirada,
Que o despotismo acérrimo condena;
Liberdade, a meus olhos mais serena,
Que o sereno clarão da madrugada!

Atende à minha voz, que geme e brada
Por ver-te, por gozar-te a face amena;
Liberdade gentil, desterra a pena
Em que esta alma infeliz jaz sepultada;

Vem, oh deusa imortal, vem, maravilha,
Vem, oh consolação da humanidade,
Cujo semblante mais que os astros brilha;

Vem, solta-me o grilhão da adversidade;
Dos céus descende, pois dos céus és filha,
Mãe dos prazeres, doce Liberdade!

Manuel Maria Barbosa du Bocage, in "Citações e pensamentos de Bocage"

Comentários