Sentei-me no chão e disse: - Hoje não vou escrever, hoje vou desenhar. Ao meu lado já tinha a caixa de lápis-de-cor e um bloco com folhas de bom papel para um bom desenho. E comecei a trabalhar. Mas acabei por ficar mal-humorado. Porquê? Já se vê: os desenhos que fiz eram três e eram péssimos. Caramba, disse em voz alta, que miséria, eu tinha querido desenhar alguns dos meus muitos cachimbos e, em vez de cachimbos, saíram-me uns bichos com grandes cabeças, nunca vistos. Coisa tão engraçada, os cachimbos de várias formas, e eu nada, a desenhá-los sem talento, sem arte, sem jeito. Nunca vos falei da minha filha, Francisca. Por acaso hoje, sábado, não há escola - e quando viu os meus desenhos riu-se e disse que o melhor seria deitá-los fora no cesto dos papéis, ou reciclá-los, ou usá-los para embrulhar o lanche, uma vez que à tarde iríamos juntos ao Parque dos Moinhos. - Também não farias melhor, disse-lhe eu. - Também não faço melhor, pai, disse ela, mas vou fazer uma redacção sobre...