Sempre havia um tesouro!
Foi Carlos quem trouxe a novidade, entrando em casa como um pé-de-vento (já estava completamente curado) quase no mesmo instante em que saíra para a escola. - Ó pai, está um anúncio na porta da casa ali defronte! O pai levantou os olhos do jornal que tinha comprado para procurar emprego. - O que é? - Querem um motorista. O pai tem carta, não tem? Vá lá falar! - Ora! Se puserem o mesmo anúncio no jornal, aparecem por lá mais de cinquenta... - Pois sim, mas o pai está aqui mesmo ao pé. Chega antes de todos. Vá lá depresa, ande! Contagiado pelo entusiasmo do pequeno, o pai saiu de casa e atravesasou a rua. O Carlos ficou numa ansiedade a vê-lo dirigir-se para a casa que durante tantos dias fora o centro dos seus pensamentos. Não parecia a mesma. Pintada e restataurada, adivinhava-se lá por dentro a mesma brancura e asseio que tinham as batas e as tocas das enfermeiras que por vezes se viam atravessar rapidamente o jardim ou a correr alguma persiana. O automóvel do "homem do guarda-ch