Poema da Semana
Sonata
Quando luzem, como estrelas,
Tremulinas sobre o Mar,
E andam Neireides belas
A banhar-se no Luar,
Quando as águas, soluçando,
Correm loucas sobre a areia,
E as ondas vão beijando
Corpos brancos de Sereia,
A sonhar, idealizo
Um mundo todo de Amor,
Onde só reine o sorriso,
O colorido da Flor.
Depois, sempre a delirar
Co'a Lua no azul do Espaço,
Queria dormir, me deitar,
No seu macio regaço.
E co'o Poeta murmuro
Em anseio febril,
Fitando o azul escuro
Do Céu, em noites de Abril:
Quem me dera, nas pontas dum laço,
Prender a Lua,
E da Terra subir pr'ó Espaço,
Preso à Lua.
No entanto as ondas, soluçando,
Correm loucas sobre a areia,
E as águas vão beijando
Corpos brancos de sereia.
No Céu a Lua de prata
Esmaece brandamente,
Ouve-se ao longo a serenata
A gemer canção dolente.
Vitorino Nemésio in Obras Completas Vol. I
Quando luzem, como estrelas,
Tremulinas sobre o Mar,
E andam Neireides belas
A banhar-se no Luar,
Quando as águas, soluçando,
Correm loucas sobre a areia,
E as ondas vão beijando
Corpos brancos de Sereia,
A sonhar, idealizo
Um mundo todo de Amor,
Onde só reine o sorriso,
O colorido da Flor.
Depois, sempre a delirar
Co'a Lua no azul do Espaço,
Queria dormir, me deitar,
No seu macio regaço.
E co'o Poeta murmuro
Em anseio febril,
Fitando o azul escuro
Do Céu, em noites de Abril:
Quem me dera, nas pontas dum laço,
Prender a Lua,
E da Terra subir pr'ó Espaço,
Preso à Lua.
No entanto as ondas, soluçando,
Correm loucas sobre a areia,
E as águas vão beijando
Corpos brancos de sereia.
No Céu a Lua de prata
Esmaece brandamente,
Ouve-se ao longo a serenata
A gemer canção dolente.
Vitorino Nemésio in Obras Completas Vol. I
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